"Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual porque, sinceramente, sou diferente." (Clarice Lispector)



sábado, 27 de março de 2010

Mães desnecessárias tão necessárias aos filhos!

DIFÍCIL, porém um excelente aprendizado.


A boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase e ela sempre me soou estranha.
Até a pouco. Agora chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha interna hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro da frase, hoje absolutamente clara. Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária.
Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isto. Ser 'desnecessária' é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vinculo não para de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis.
Pai e mãe solidários criam filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão. Ao aprendermos a ser desnecessários, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidem atracar.
( Texto da psicanalista Márcia Neder Bacha)





Recebi esse texto tempos atrás, hoje ele me cai “como uma luva”.
Hoje, mais um filho deixa o ninho. Me torno “desnecessária” para ele.

Como um filhote de águia, é chegada a hora de se lançar no ar, para alçar seu próprio vôo. Parte para construir seu caminho, seu futuro.
Sei que irá doer, mas tenho a certeza que cumpri bem o “meu papel”, agora é tempo de nós dois aprendermos a lidar com novas situações, desfrutar novos interesses, buscar novos rumos...
A felicidade depende da nossa capacidade de libertar-nos do apego às coisas e aos seres, é hora, então, de aprendermos a amar sem apego.
Amar é conseguir afastar-se da pessoa, sabendo que ela vai ser feliz sem nós. É colocar o bem do outro acima de qualquer necessidade própria.
Ausente será apenas a presença física, pois o AMOR está e estará para SEMPRE PRESENTE, e os braços estarão aqui sempre abertos para te acolher .
Filho, segue teu caminho com perseverança e determinação.


Deus te abençoe. Te amo!!!!



“Filhos de bons pais não estão debaixo das asas destes, estão em algum lugar do planeta lutando por seus ideais, por sua vocação, por seus direitos...”(Desconheço a autoria)


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